setembro 22, 2004

Tabacos

Uma nova tentativa de voltar a escrever um conto. Devido ao "falhanço" das "Crónicas" resolvi deixar o humor sarcástico de lado e voltar à velha formula de morbidez. A minha intenção era recriar alguns contos sórdidos que rondassem o tema do Tabaco, mas a ideia era fraca, faltavam-me temas e motivos, no fundo acho que me faltou a raiva e a fúria de outros textos anteriores, ou seja, a vontade de matar a torto e direito, por isso acabou por ficar só um capítulo completo e algumas ideias soltas....


Tabacos

É certo que o tabaco mata! Também é certo que mais tarde ou mais cedo vamos desta para melhor..... Mas quando se diz que o tabaco mata, pensa-se só nas doenças, nos cancros e noutras causas naturais. Ora, existem muitas outras causas que não são naturais, causas externas ou sobrenaturais, e são essas que eu vou tentar provar aqui. Vou tentar mostrar-vos várias maneiras de morrer por causa do tabaco sem ser por causas naturais....

I

Stephen era uma pessoa calma, sem grandes problemas a atormentá-lo. Tinha apenas um problema... fumava! Gostava de estar em casa, não saía muito. Passava as tardes a ver televisão ou a ler um livro enquanto fumava os seus cigarros.
Um certo dia estava Stephen em sua casa a ler um livro e reparou que não tinha tabaco. Não lhe apetecia sair de casa de propósito só para comprar tabaco, por isso conteve-se e continuou a ler. Passado umas horas Stephen já não conseguia aguentar mais, sentia a garganta seca, o seu corpo tremia sempre que pensava num cigarro e já via as coisas meias desfocadas. Estava mesmo a precisar de fumar um cigarro... Desesperado vai a carteira, confere se o dinheiro chega para o tabaco, veste o casaco e sai a correr de casa. Pára no cruzamento mais próximo, o semáforo está verde para os peões e Stephen atravessa a correr. Nesse preciso momento um carro da polícia, que vinha disparado e tinha passado no vermelho, vira para a esquerda e ouve um estrondo. Pequenas gotinhas de sangue salpicaram o pára-brisas, o carro travou a fundo. Dois polícias saíram a correr do carro, Stephen estava estendido no chão a poucos metros do carro, à sua volta estava uma grande poça de sangue, os seus olhos estavam abertos, mas o seu corpo estava inerte. Stephen morreu poucos minutos depois.....
2001

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