dezembro 29, 2008

Filmes para o IPO


"Podes passar palavra? Filmes para o IPO"

Acho que todos já receberam esta mensagem e sabem do que eu estou a falar. (If you don't know Google-it!)
Infelizmente esta mensagem é de 2005. Nesse mesmo ano, o próprio IPO de Lisboa emitiu um comunicado de agradecimento e solicitou que não fossem enviados mais filmes, pois a adesão da população foi tal, que eles já não comportam mais stock.
A ideia é original e o facto de a pôr a rolar na net teve o seu efeito, pois em pouco tempo conseguíram o seu objectivo, mas esqueceram-se que a Internet anda sozinha, dá muitas voltas e é muito difícil parar uma corrente. Mesmo que respondessem por e-mail com o comunicado para meia dúzia de pessoas (a maneira mais lógica seria essa. Para evitar uma corrente, criar uma contracorrente), essas pessoas liam-no, diziam "Ahh! Ok!" e apagavam a maldita mensagem sem a enviar às milhentas pessoas que têm nos seus contactos porque é uma mensagem sem interesse e não tem piada para mandar aos colegas(lá se vai a contracorrente...), mas se for um peditório para qualquer coisa, toca logo a enviar para 10 milhões de portugueses sem saber muito bem o que é... A prova é que estamos a entrar em 2009 (4 anos depois) e esta mensagem continua a rolar à força toda. (Já recebi 3 este mês, sem falar nas que já recebi ao longo destes 4 anos, algumas enviadas várias vezes pelas mesmas pessoas que não estranham todos os anos receberem a mesma mensagem...)

dezembro 22, 2008

Piadética


A piada de dizer piadas com piada, é ter piada.
Se a piada com piada for dita sem piada, a piada acaba por não ter piada nenhuma.
Mas se a piada sem piada for dita com piada, acaba por ter alguma piada.
Curiosamente a funciona melhor uma piada sem piada dita com piada
do que uma piada com piada dita com piada.
É uma piada de mais fácil acesso. Não é preciso pensar muito na piada da piada.
Mas quando uma piada com piada é dita com piada mas as pessoas não se riem, é porque as pessoas não conseguiram chegar (intelectualmente) à piada da piada, então aí a piada deixa de ser piada e passa a ser frustração.

dezembro 16, 2008

Veias Alcalinas


O que corre nas veias não é sangue, não!
É veneno. Puro veneno!
Sinto-o a ferver dentro das minhas veias.
Vai-me corroendo as entranhas.
Pouco a pouco.
Não o consigo evitar.
A minha última análise declarou:
" C3H5N3O9" em estado puro - Por favor, não agitar!

Sei que se um dia me cortar,
as gotas que caírem vão provocar muitos estragos.

dezembro 09, 2008

Dinheiro



Há uma música que anda a mexer comigo. Não é só pelo texto ou pela música em si. É também pela maneira como ela apareceu e se entranhou nos nossos ouvidos.
Um poeta recita, um músico gosta.
O músico pede o poema, o poeta dá.
E a partir daqui a magia está feita.
O músico vai para casa, experimenta e compõe.
Passados alguns dias apresenta a música.
O poeta gosta, o público adora e o músico sorri.

Quem dera que fosse tudo assim tão fácil!
Quem dera que se juntassem pequenos génios mais vezes...

Dinheiro

Dinheiro
que estendes os tentáculos
e te multiplicas
que tudo usas
submetes
e mercantilizas
que tudo corróis
destróis
compras
e matas
que és Deus Todo-Poderoso
e que tudo reduzes a nada

Declaro
que não te pertenço
que não te obedeço
que não te sirvo
que não te quero
que não te amo
e que te mando para o caralho.



Poema: António Pedro Ribeiro
Música: Blandino