setembro 11, 2004

Morte e Salvação (I)

Entre o início de 1997 e o início de 1998, passou-se muita coisa. É exactamente nesse periodo que escrevo a "Morte e Salvação". Um ano atribulado com muitas alegrias e tristezas. Depois do "ano louco" de 1997 (até Setembro) era óbvio que viria a "ressaca" e do final de 1997 até meados de 1998 foi um período de grande angústia, onde o tempo passava devagar, não havia luzes ao fundo do horizonte, não havia certezas em relação ao futuro. Este "alto e baixo" veio influenciar radicalmente este conto.
Este conto marca definitivamente o meu estilo. Finalmente, após algumas tentativas, consegui chegar ao ponto que queria, atingi o meu objectivo. É sem dúvida alguma um dos textos mais importantes da minha obra, o mais marcante, o mais feroz, o mais violento, o mais raivoso, o mais sofredor e, sim, o mais suicida...
Acho que o prólogo e, principalmente, o epílogo transmitem tudo sobre o conto e fazem a sua própria reflexão, por isso escuso de me estar aqui a repetir.


Prólogo

Este conto deve ser visto como uma série de contos ligados por um fio lógico, que é a vida de William. Ou como uma recordação de coisas passadas, vividas intensamente, e das quais jamais esquecera-mos, mesmo depois da morte.
Este conto teve como primeiro título Morbidez, título que ainda consta na disquete, devido a toda a história ser macabra e mórbida. Mas depressa abandonei este título, alterando-o para Morte e Ressurreição, mas com a continuidade da história decidi mudar para o título actual.
Título este que se pode ler de duas maneiras: Morte e Salvação ou Morte é Salvação.
Durante a realização deste conto, fui mudando muito, quer na maneira de pensar, quer na de agir, o que veio modificar o rumo da história.
Esta história é, fundamentalmente, uma grande reflexão sobre a morte, e sobre a sua ligação eterna com o ser humano. Sei que esta reflexão e esta maneira de ver a Morte pode levantar grandes dúvidas e grandes polémicas, mas retracta o meu ponto de vista sobre o homem e sobre a Morte.

Porto 6 de Março de 1998

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