agosto 15, 2004

Prólogo (II)

Sobre a Morte

Curiosamente a Morte é uma presença muito constante nos meus textos. Houve alturas em que me preocupei sériamente com isso. Depois perguntei-me porquê, porque raio eu sismava com uma personagem tão sombria. Talvez influências do Sétimo Selo de Igmar Bergman, muito provavelmente, mas após grandes investigações introspectivas e algumas viagens ao baú das memórias (e com isto tudo alguns anos de amadurecimento) descobri que todos nós precisamos de acreditar numa salvação, algo que nos vai tirar da miséria do mundo em que vivemos. Há quem acredite no céu, na luz divina, no paraíso, em Deus... eu acredito na Morte, ela é o meu deus.
Descobri, depois, um facto muito curioso, a metáfora de morrer, ou seja, reparo que a procura da Morte nos meus textos está associada a vários factores, morrer significa: paz, silêncio, descanço e, acima de tudo, sossego. Isto pelo lado positivo, porque pelo lado negativo significa: solidão, desespero, abandono e claustrofobia.
A partir do momento em que consegui descodificar o significado da Morte nos meus textos, consegui respirar e descançar melhor mas, infelizmente, também deixei de escrever com tanta regularidade....

Sem comentários: