julho 12, 2009

A regular day II

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O teu dia de trabalho corre normalmente. Escadas para cima, escadas para baixo. Reunião no Gabinete A, Reunião no Gabinete C, meter conversa com a menina do Gabinete B e finalmente sentar em frente ao computador. Trabalhas uns minutos no computador até este te dar uma mensagem no ecrã: “Please Wait”.... Ok! Tens tempo para fumar um cigarro. Sobes as escadas que dão até ao exterior e voltas a cumprimentar a menina do Gabinete B à passagem.
Cá fora, estás sentado a apanhar sol enquanto acendes o cigarro. O calor do sol na cara sabe-te bem, inspiras o fumo e finalmente relaxas... Agora percebes porque é que Deus inventou a pausa do cigarro. Bendita seja!
Toca o telemóvel. É do banco a dizer que a tua transacção ainda não foi feita porque falta assinar uns papeis, perguntam se podes dar lá um salto ainda hoje, sabes que será impossível e tentas negociar para o dia seguinte, eles previnem que se for no dia seguinte a transacção demorará mais uma semana. Desligas o telemóvel irritado e sentes novamente o cérebro a latejar... “Foda-se! Foda-se!”. Atiras nervosamente o cigarro para o meio do passeio e regressas ao computador para tentar acabar o trabalho.
Após alguns minutos a maldita frase “Please Wait...” volta a assombrar o teu ecrã. É tempo de ir tomar um café. Diriges-te até à máquina, escolhes a opção “Café Super-forte” e enquanto a máquina prepara o café o segurança chama-te de urgência ao Gabinete D “O Senhor Director precisa de falar consigo”.
Sais a correr sem esperares que o café saia. Chegas ao Gabinete D impaciente à espera de algum problema grave porém, o “problema grave de urgência nacional” é que as colunas de som do computador do Senhor Director deixaram de dar som. “É que não consigo ouvir os powerpoint's que me mandam, sabe?” responde o Senhor Director. Engoles em seco, fazes um esforço para não te sair uma chuva de insultos pela boca fora e aproximas-te da secretária calmamente. Após uma breve vista de olhos apercebes-te de que o cabo das colunas está desligado e resolves o “problema grave de urgência nacional” com o simples gesto de ligar o cabo verde na porta verde.
Regressas à maquina de café que por sorte ainda tem o café à tua espera, pegas na chávena e sais novamente para o exterior quando nisto, toca o telemóvel. É a Sandra, sim a Sandra!, lembrou-se de ti e quer marcar um jantar contigo. O teu coração dispara, tentas explicar que vais sair tarde do trabalho e já tens marcado um copo com o amigo que encontraste essa manhã. “Deixa lá! Fica para outra altura.” diz ela com uma voz triste, “Um dia deste combinamos qualquer coisa!”. Sabes perfeitamente que aquela frase mata qualquer tipo de hipóteses de voltar a acontecer qualquer coisa do género e sentes novamente o cérebro a latejar... “Foda-se! Foda-se! Foda-se!” Olhas para o céu e perguntas: “Porquê eu??”. Tentas dar a volta ao assunto, dizes que vais desmarcar o copo com o teu amigo e marcas um jantar com ela.
Desligas o telemóvel e provas finalmente o maldito café que, obviamente, já está mais que frio. Cospes instantaneamente a mistela que se encontra na tua boca e praguejas bem alto. Voltas irritado à máquina do café tiras novamente um café “Super-forte”, a máquina avisa-te que já não tem café, só Leite e Chá. Irritado pedes um chá preto e fechas-te no teu gabinete o resto do dia, saindo ocasionalmente para fumar um cigarro tentando evitar ao máximo qualquer contacto visual com outros seres “ditos” humanos.

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