fevereiro 18, 2009

Jimmy


Comecei a chama-lo "Jimmy" desde muito cedo, numa "espécie de homenagem" ao Jim Morrison, mas que muita gente acha o nome um pouco piroso para um SEAT Ibiza CLX de 1995. Tirando esse aspecto acho que o resto é por inveja. Inveja de não terem um carro tão sofisticado como o meu, visto estar equipado com a melhor tecnologia de ponta.
Vejamos: Começa pela fabulosa cilindrada de 1100cc que nas descidas atinge velocidades vertiginosas e nas subidas, devido ao carro ser "pouco" pesado, consegue uma velocidade fantástica de 60 Km por hora, mesmo na auto-estrada e com um pé de fora a ajudar.
Depois temos o fabuloso "fecho central a quatro mãos", uma fabulosa maneira de distribuir tarefas e dar uma lição de interajuda como equipa.
Uma mala que obriga sempre a sair do carro para a abrir, quer faça sol ou chuva, mantendo as pessoas em forma com o entra e sai constante, ao contrário do que acontece na maioria dos carros que possuem um botão ou alavanca no interior para esta função, fazendo com que os condutores cedam ao pecado mortal da preguiça.
O rádio é tão sofisticado que até se confunde um painel da SEAT dissimulado na consola central com a vantagem de estar sempre em Mute interagindo perfeitamente com as 4 colunas topo de gama da marca "Népias", que impede assim de ferir os pobres ouvidos dos seus ouvintes. (Isto se ninguém começar a cantar, é claro.)
Um carro deste calibre tem obrigatoriamente de vir equipado com bons pneus. Ao principio tinha uns Michelin que não só davam estabilidade ao carro, como obrigavam a um esforço redobrado ao dar as curvas, visto que o carro veio equipado sem aquelas mariquices de direcção assistida para, mais uma vez, manter em forma os seus condutores. Mudou-se mais tarde para uns pneus de melhor qualidade da marca "Rafeirex" que adicionaram a vantagem de em dias de chuva nem ser preciso virar muito o volante, pois o carro acaba por fazer a curva sozinho. Às vezes até bem demais, acelerando assim o batimento cardíaco de quem conduz e dos transeuntes que assistem a tal peripécia evitando assim que uma pessoa sofra de baixas tensões, mostrando novamente uma preocupação pela saúde das pessoas.

Com esta tecnologia de ponta, acabo por poupar dinheiro em idas ao ginásio, ao cardiologista ou otorrino. Acho que é por isso que as pessoas invejam o meu carro e o facto de eu ainda ser magro.

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