Como levei o Psicólogo ao Psiquiatra

– Passe lá pelo consultório um dia destes – disse-me o Psicólogo numa festa de amigos – Gostava de estudar o seu caso e talvez curá-lo.

Sorri com tal proposta pois percebi de imediato que havia algo de errado com aquela personagem. Meti-o à força dentro do carro, carreguei no acelerador e só parei à porta do Psiquiatra. Galguei escadas acima e entrei de rompante pelo consultório adentro agarrando o Psicólogo pelo pescoço.

– Sr. Psiquiatra, este Psicólogo acha que me pode curar! - arfei enquanto atirava o Psicólogo para uma cadeira.

– O quê?? – disse o Psiquiatra num salto – Está a sentir-se bem? Então não sabe que este senhor é um beco sem saída e que não pode ser curado?

O Psicólogo discordou firmemente, levantando-se uma enorme discussão entre os dois e antes que a coisa desse para o torto ausentei-me sorrateiramente daquela sala e segui a minha vida patética do costume e nunca mais os vi.

Soube uns meses mais tarde que eles se tinham tornado bons amigos e alcoólicos acérrimos, passando as longas bebedeiras a discutirem sobre o meu caso.

– Fala-se melhor sobre as pessoas quando elas estão ausentes. – dizia o Psiquiatra.

O Psicólogo recusava-se a aceitar tal facto e uma nova discussão nascia.

Ironia

As pessoas que têm a imagem de mim como uma pessoa bem educada claramente nunca puseram os pés neste blog!