julho 21, 2009

10 peças de Teatro da minha vida


(por ordem alfabética, para não haver confusões...)

Peça Companhia
3 num baloiço Assédio
À espera de Godot CCB/ Teatro Meridional
European House Teatro Lliure
Exit Teatro de Marionetas do Porto
História Natural Matarile Teatro
Nada ou o Silêncio de Beckett Teatro de Maionetas do Porto
The Pillow Man - O Homem Almofada
Teatro Maria Matos
Ratos e Homens Teatro Art' Imagem
Tributo a Buster Keaton Corda Bamba
Yepeto Seiva Trupe

Ficam de fora desta lista: "(A)tentados de Martin Krimp" pela Assédio (versão 1 e 2), "Paisagem Azul com Automóveis" e "Boca de Cena" do Teatro de Marionetas do Porto e "Pisa-Relva" do Teatro de Ferro, porque trabalhei nesses espectáculos (como criativo ou como técnico) e por isso sou suspeito...

julho 12, 2009

A regular day II

F071721a

O teu dia de trabalho corre normalmente. Escadas para cima, escadas para baixo. Reunião no Gabinete A, Reunião no Gabinete C, meter conversa com a menina do Gabinete B e finalmente sentar em frente ao computador. Trabalhas uns minutos no computador até este te dar uma mensagem no ecrã: “Please Wait”.... Ok! Tens tempo para fumar um cigarro. Sobes as escadas que dão até ao exterior e voltas a cumprimentar a menina do Gabinete B à passagem.
Cá fora, estás sentado a apanhar sol enquanto acendes o cigarro. O calor do sol na cara sabe-te bem, inspiras o fumo e finalmente relaxas... Agora percebes porque é que Deus inventou a pausa do cigarro. Bendita seja!
Toca o telemóvel. É do banco a dizer que a tua transacção ainda não foi feita porque falta assinar uns papeis, perguntam se podes dar lá um salto ainda hoje, sabes que será impossível e tentas negociar para o dia seguinte, eles previnem que se for no dia seguinte a transacção demorará mais uma semana. Desligas o telemóvel irritado e sentes novamente o cérebro a latejar... “Foda-se! Foda-se!”. Atiras nervosamente o cigarro para o meio do passeio e regressas ao computador para tentar acabar o trabalho.
Após alguns minutos a maldita frase “Please Wait...” volta a assombrar o teu ecrã. É tempo de ir tomar um café. Diriges-te até à máquina, escolhes a opção “Café Super-forte” e enquanto a máquina prepara o café o segurança chama-te de urgência ao Gabinete D “O Senhor Director precisa de falar consigo”.
Sais a correr sem esperares que o café saia. Chegas ao Gabinete D impaciente à espera de algum problema grave porém, o “problema grave de urgência nacional” é que as colunas de som do computador do Senhor Director deixaram de dar som. “É que não consigo ouvir os powerpoint's que me mandam, sabe?” responde o Senhor Director. Engoles em seco, fazes um esforço para não te sair uma chuva de insultos pela boca fora e aproximas-te da secretária calmamente. Após uma breve vista de olhos apercebes-te de que o cabo das colunas está desligado e resolves o “problema grave de urgência nacional” com o simples gesto de ligar o cabo verde na porta verde.
Regressas à maquina de café que por sorte ainda tem o café à tua espera, pegas na chávena e sais novamente para o exterior quando nisto, toca o telemóvel. É a Sandra, sim a Sandra!, lembrou-se de ti e quer marcar um jantar contigo. O teu coração dispara, tentas explicar que vais sair tarde do trabalho e já tens marcado um copo com o amigo que encontraste essa manhã. “Deixa lá! Fica para outra altura.” diz ela com uma voz triste, “Um dia deste combinamos qualquer coisa!”. Sabes perfeitamente que aquela frase mata qualquer tipo de hipóteses de voltar a acontecer qualquer coisa do género e sentes novamente o cérebro a latejar... “Foda-se! Foda-se! Foda-se!” Olhas para o céu e perguntas: “Porquê eu??”. Tentas dar a volta ao assunto, dizes que vais desmarcar o copo com o teu amigo e marcas um jantar com ela.
Desligas o telemóvel e provas finalmente o maldito café que, obviamente, já está mais que frio. Cospes instantaneamente a mistela que se encontra na tua boca e praguejas bem alto. Voltas irritado à máquina do café tiras novamente um café “Super-forte”, a máquina avisa-te que já não tem café, só Leite e Chá. Irritado pedes um chá preto e fechas-te no teu gabinete o resto do dia, saindo ocasionalmente para fumar um cigarro tentando evitar ao máximo qualquer contacto visual com outros seres “ditos” humanos.

julho 09, 2009

Dar tudo por tudo!

Esforço

Uma das lições de vida mais valiosas que me deram, foi há uns anos atrás quando um “sábio louco” (ou um “louco sábio”, nunca sei muito bem…) chamado Fernando Rodrigues durante um processo criativo complicado se virou para mim e disse: “Sabes: Nunca deves habituar uma pessoa a dar-lhe tudo… porque chegará o dia em que lhe dás tudo o que é humanamente possível e ela achará pouco!”
A verdade é que esta frase assombra-me desde esse dia, pois ela aplica-se tanto à vida pessoal como à profissional. A sua veracidade é de tal modo grande que se torna insuportável viver com ela.
Às vezes tento esquecê-la ou até ignorá-la mas, mesmo quando nos esquecemos ou estamos mais distraídos a vida teima em nos ensinar que aquela frase não tem nada de errado. Acho que as minhas insónias começam aqui…